Bobbie Goods: conheça a história do livrinho que virou febre no Brasil

Bobbie Goods

Bobbie Goods é mais do que um livrinho fofo com traços infantis — é um fenômeno cultural inesperado que tomou conta das redes sociais, das mochilas e até das prateleiras de papelarias brasileiras.

Anúncios

Em meio a tantas tendências efêmeras da internet, como um simples caderno de atividades artísticas se tornou um símbolo de reconexão com o afeto, a criatividade e a cultura visual?

Neste artigo, você vai entender:

  • Como surgiu o fenômeno Bobbie Goods
  • Por que ele viralizou entre brasileiros
  • O papel do TikTok e da nostalgia na popularização
  • Como a marca constrói comunidade e pertencimento
  • Qual o impacto psicológico e cultural da tendência
  • Os desafios do consumo consciente
  • O futuro dos produtos artesanais na era digital

Vamos mergulhar nessa história que prova que nem toda febre digital precisa ser vazia de significado.

O início de um universo desenhado à mão

Tudo começou com a artista californiana Bobbie Lee, que vendia seus cadernos ilustrados na Etsy.

publicidade

Durante o isolamento de 2020, ela passou a compartilhar vídeos em ritmo lento, mostrando seu processo de criação com canetinhas, aquarela e muito papel.

O estilo simples e infantil contrastava com a tensão da pandemia, e a leveza dos conteúdos foi ganhando espaço.

Ao invés de investir em tendências comerciais, Bobbie se manteve fiel à autenticidade: os desenhos lembram doodles escolares, os recortes remetem às aulas de arte da infância.

Essa autenticidade virou marca registrada. Em 2021, os produtos começaram a viralizar entre comunidades de slow living e journaling digital. Mas o boom real viria depois.

Veja Também: Aplicativos para montar cardápios da semana com base nos alimentos que você tem

O Brasil descobre os livrinhos

A chegada dos Bobbie Goods ao Brasil se deu quase por acaso. Em 2023, uma influenciadora brasileira compartilhou seu unboxing no TikTok, encantada com os “livrinhos gringos que acalmam a mente”.

O vídeo bateu 2,5 milhões de views em poucos dias. A partir dali, o efeito cascata foi inevitável.

Para o público brasileiro, acostumado com pressão estética e produtividade exaustiva, os livrinhos surgiram como um refúgio lúdico.

A proposta não era ser artista, mas sentir-se bem. A cada página colorida, mais pessoas encontravam espaço para explorar emoções sem regras.

O TikTok desempenhou papel central nessa difusão. Hashtags como #bbobbiesgoods, #livrinhodaBobbie e #arteterapia atingiram picos de 300 mil menções em menos de dois meses.

Influenciadoras como Fernanda Versolato e Gabi Oliveira também adotaram os livrinhos como parte da rotina de autocuidado.

+ Por que os jogos cozy estão dominando o coração dos gamers em 2025

Nostalgia, estética e resistência emocional

Imagem: bobbiegoodies.com

Por trás da aparente simplicidade dos Bobbie Goods, existe uma camada densa de simbolismos.

A nostalgia do papel, o resgate da escrita manual e o prazer do fazer com as próprias mãos se misturam com uma estética propositalmente infantil. Essa conjunção não é aleatória.

O neurocientista Pedro Caldas, da UFRJ, afirmou em entrevista à “Galileu” que “atividades manuais com viés afetivo estimulam a produção de dopamina de forma mais orgânica e duradoura”.

Isso ajuda a explicar por que colar, desenhar ou montar cenas com os adesivos dos livrinhos promove sensação de bem-estar e alívio da ansiedade.

Trata-se de um autocuidado silencioso, não comercial. Algo como cultivar uma mini horta em vasos reciclados: pequeno, sensorial e altamente simbólico.

Em tempos de burnout e doomscrolling, isso tem enorme valor.

Veja se te interessa: Desafio: Aplicativos de Trivia para Testar Seus Conhecimentos

O impacto nas relações interpessoais e no mercado

O crescimento dos Bobbie Goods no Brasil também provocou mudanças em relações sociais.

Em vez de likes ou reacts, o engajamento com os livrinhos passa por troca de materiais, reuniões de colagem e até eventos presenciais, como os “clubes do livrinho” que surgiram em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba.

Exemplo disso é o grupo formado por funcionárias de uma fintech que, toda sexta-feira, reservam 30 minutos para atividades com os livrinhos como forma de descompressão mental. “Virou um ritual.

A gente conversa menos sobre metas e mais sobre como se sentiu na semana”, relata uma delas.

No comércio, o impacto também se fez sentir. Papelarias artesanais passaram a oferecer produtos inspirados no estilo Bobbie: adesivos feitos à mão, carimbos com mensagens de incentivo, washi tapes com desenhos retrô.

Pequenos empreendedores de design gráfico viram uma nova oportunidade econômica surgir com a valorização do feito à mão.

O dilema do acesso: exclusividade ou exploração?

Com o sucesso, veio a escassez. Os produtos da Bobbie Goods são vendidos em lotes limitados e esgotam em minutos. Isso gerou um mercado paralelo aquecido no Brasil, com kits revendidos por até R$ 400.

Bobbie já se pronunciou sobre o problema, solicitando que consumidores comprem somente de canais oficiais.

A situação escancarou o dilema da acessibilidade em produtos artesanais: como manter a originalidade sem cair na armadilha da massificação?

Esse cenário também alimentou uma discussão sobre pirataria afetiva. Diversos perfis passaram a escanear páginas dos livrinhos e distribuí-las gratuitamente em grupos de WhatsApp e Telegram.

Embora o gesto parta de um desejo de partilha, ele prejudica a autora e banaliza o conceito.

Dados que revelam uma tendência real

Segundo levantamento do Google Trends, entre julho de 2023 e maio de 2025, as buscas por Bobbie Goods no Brasil aumentaram mais de 760%.

Palavras como “livrinho colagem”, “arte terapia com papel” e “bbobbies downloads” estão entre os termos em ascensão.

Além disso, o Relatório de Tendências de Comportamento da WGSN para 2025 aponta que produtos com valor afetivo e artesanal devem dominar o mercado criativo até 2027. Isso reforça a ideia de que o fenômeno não é passageiro.

Confira o relatório oficial da WGSN sobre comportamento e cultura visual em 2025.

A linguagem da leveza como posicionamento

Curiosamente, o maior diferencial dos Bobbie Goods não está no produto em si, mas na linguagem emocional que ele carrega.

Frases como “meu momento do livrinho” ou “domingo de colagem” tornaram-se expressões recorrentes nas redes sociais.

Esse vocabulário afetivo é uma estratégia poderosa de branding orgânico. Ele conecta pessoas por meio de emoções comuns: cansaço, ansiedade, desejo de leveza.

Isso torna o consumo quase secundário diante da experiência emocional que o produto proporciona.

O papel da educação emocional nesse processo

Educadores e psicólogos têm observado como o uso dos livrinhos impacta também o desenvolvimento emocional.

Escolas que adotaram atividades inspiradas nos Bobbie Goods relatam maior concentração e empatia entre os alunos.

A terapeuta ocupacional Ana Vasconcellos comenta que “a manipulação de materiais coloridos, com significados simbólicos, ajuda crianças e adultos a nomear sentimentos que não conseguiam verbalizar”.

Decerto, isso é especialmente relevante para pessoas com TDAH, ansiedade social ou autismo leve.

Dúvidas Frequentes

1. Onde comprar os produtos originais da Bobbie Goods?
A loja oficial é o site bobbiegoods.com, com atualizações periódicas sobre lançamentos.

2. Há versão em português dos livrinhos?
Até julho de 2025, não. Mas a linguagem visual é intuitiva e não exige compreensão de inglês para ser aproveitada.

3. Existem opções nacionais semelhantes?
Sim. Diversos artistas brasileiros estão criando livrinhos inspirados na proposta de colagem e journaling criativo. Basta procurar por “livrinho artesanal” nas redes sociais.

4. O uso dos livrinhos tem comprovação terapêutica?
Não são instrumentos clínicos, mas muitos profissionais indicam como atividades complementares para aliviar sintomas de estresse e ansiedade.

5. Como evitar produtos falsificados?
Evite compras por marketplaces não verificados e dê preferência a lojas oficiais. Conferir o Instagram oficial da marca também ajuda a identificar os lançamentos reais.

6. Os produtos da marca são sustentáveis?
Sim. A marca utiliza papel reciclado e imprime com tinta à base d’água, respeitando o conceito de produção consciente.

7. Como participar de comunidades sobre os livrinhos?
Existem grupos abertos no Telegram e WhatsApp, além de hashtags como #bbobbiesgoods e #livrinhobr para encontrar pessoas com o mesmo interesse.

Trends